A Densitometria introduzida na prática clínica há pouco mais de 40 anos teve um desenvolvimento tecnológico muito grande, e são várias as técnicas utilizadas para a medida da massa óssea.
V ários métodos têm sido empregados no estudo quantitativo como: Densitometria por Single Photon (SPA), Dual Photon (DPA), Densitometria por RX Dual Energy (DEXA), Tomografia Computadorizada Quan¬titativa (QCT) e estudo por Ultrassom.
A Sociedade Internacional de Densitometria Clínica (ISCD) elaborou em 2005, em Vancouver (Canadá) um consenso com outras sociedades internacionais a posição oficial do emprego da Densitometria, seus valores e os termos a serem usados. Em 2006 a Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica (SBDEN) referendada pelas sociedades afins (Sociedade Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo, Colégio Brasileiro de Radiologia, Sociedade Brasileira de Reumatologia, Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetria, Sociedade Paulista de Geriatria e Gerontologia, Sociedade Brasileira de En¬do¬crinologia e Metabolismo), divulgou a posição oficial, pa¬dronizando a prática do método (Equipamento Dexa, Densitometria por Dupla energia), uniformizando condutas e indicações.
Indicações para Avaliação da Densidade Óssea
1) Mulher com idade igual ou superior a 65 anos.
2) Mulher na pós-menopausa ainda que abaixo de 65 anos e homens entre 50 e 70 anos, com fatores de risco.
3) Homens com idade superior a 70 anos.
4) Adultos com história de fratura por fragilidade.
5) Adultos com doença ou condição associada à baixa massa óssea ou a perda óssea.
6) Adultos usando medicamento associados à baixa massa óssea.
7) Pessoas para as quais são consideradas intervenções farmacológicas para osteoporose.
8) Pacientes em tratamento para osteoporose, para monitorar a eficácia do tratamento.
Utilizar o antebraço quando a coluna e o fêmur não puderem ser avaliados por cirurgia ou alteração degenerativa. Na rotina médica é avaliada a coluna lombar em AP e femores. (Figuras 1, 2 e 3)
O termo osteopenia é aplicável, mas pode ser utilizado “baixa massa óssea” ou baixa densidade óssea.
T-score entre -1,1 a -2,5.
Pessoas com baixa massa óssea não apresentam necessariamente elevado risco de fraturas.
Avaliação de Fraturas Vertebrais (VFA)
É o termo correto para denotar a aquisição de imagem da coluna, realizada com o objetivo de detectar fraturas vertebrais.
A metodologia VFA (Morfometria) foi desenvolvida para detectar fraturas vertebrais e não outras anormalidades.
A morfometria vertebral quantitativa (QVM) utiliza software específico e a fratura vertebral é definida quando há redução de 4 mm em uma das três alturas do corpo vertebral.
A indicação da morfometria é quando há no T-score igual ou inferior a -3,5. (Figura 4)
Utilização da Densitometria em Crianças e Adolescentes (5 aos 20 anos)
1) Utilizar somente Z-score (comparação com pacientes com a mesma idade).
2) O T-score não deve aparecer nos relatórios.
3) O termo osteoporose não deve ser utilizado.
4) Empregar “baixa massa óssea para a idade cronológica” ou “abaixo da faixa esperada para a idade” quando o Z-score for menor que -2 DP.
5) A coluna lombar AP e corpo total são os locais preferíveis.
6) O valor da DMO (densidade mineral óssea) para predizer fraturas em crianças não está determinada.
7) Não existe consenso com relação aos ajustes de DMO ou conteúdo mineral ósseo (CMO) para fraturas com tamanho do osso, estadiamento puberal, maturidade esquelética e composição corporal.
8) São usadas medidas seriadas de DMO para monitorar a reposta ao tratamento.
9) Em condições associadas à perda óssea rápida, tais como tratamento com corticóides, exames mais freqüentes são apropriados.
Exame da Composição Corporal
Com o emprego da técnica DXA (dupla energia de absorção de fotons) é possível analisar a composição corporal, incluindo o conteúdo mineral ósseo, tecido da massa magra e tecido de massa gordurosa expressa em % de gordura.
A dose de irradiação para o paciente é pequena (0,37 µSV), considerando que a dose de irradiação anual ambiental é de 2.400 µSV, radiografia dental 60,0 µSV e radiografia do tórax 50 µSV.
O exame da composição corporal tem grande utilidade nas diversas especialidades médicas, assim como na Medicina Es¬portiva. (Figura 5)
Principais Aplicações Clínicas
1. Desordens nutricionais
Obesidade
Anorexia nervosa
2. Desordens gastrointestinais
Doença de Crhon
Doença celíaca
Gastrectomizados
3. Desordens hepáticas
Cirrose
4. Desordens renais
Insuficiência renal crônica
Transplantes
Hemodiálise
5. Desordens endócrinas
Hipopituitarismo
Acromegalia
Cushing
6. Desordens ósseas
Osteoporose
Paget
Todos os exames de Densitometria Óssea são realizados no Centro Radiológico Campinas no equipamento de última geração DEXA, o Lunar Prodigy – GE com baixa dose de irradiação e suportando pacientes com até 160 kg e os relatórios podem ser impressos, gravados em CD/ DVD ou enviado pela internet.
Referências Bibliográficas:
Revista Brasileira de Epidemiologia, vol. 10, nº1, março 2007
Sociedade Brasileira de Densitometria clínica - posição oficial 2006
LA Radiologia Médica – 2001, vol. 101: 140-144
Journal of Clinical Densitometry 2003; 6: 75-85
Journal Bone Mineral Reserch – 2006; 21 – S 117
Dr. José Luiz C. Marins
Médico Radiologista - Centro Radiológico Campinas.
Hospital Vera Cruz, Campinas.
Fonte: CRC NEWS – Informativo do Centro Radiológico Campinas – ANO I – Nº 1 – JANEIRO/MARÇO 2009