A partir de 2008, o calendário passa a contar com o Dia Nacional da Mamografia, visando estimular a detecção do câncer de mama
O Colégio Brasileiro de Radiologia concedeu ao CRC - Centro Radiológico Campinas o primeiro selo de certificado de qualidade em Mamografia Digital do Brasil. Trata-se da principal referência de padrão de qualidade conferido pelo órgão de maior peso em Radiologia e Diagnóstico por Imagem do país. Até o momento, mamógrafos que utilizam a tecnologia digital ainda não contavam com tal certificação, importante para que exista um rígido controle do padrão de diagnóstico por imagem, já que a mamografia e única arma exeqüível para o rastreamento do câncer de mama.
Este ano o Senado aprovou o Projeto de Lei 7370/06, proposta apresentada pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), e o calendário passará a contar com o Dia Nacional da Mamografia, que será comemorado no dia 5 de fevereiro, visando incentivar as mulheres a realizar o exame periódico.
"Buscamos sempre trazer o que existe de mais moderno e comprovadamente eficaz, segundos estudos internacionais de alta confiabilidade, para melhorar o nosso diagnóstico em doenças mamárias. A mamografia digital é um exame muito importante para detectar os menores sinais do câncer de mama de forma que a chance de cura se alcança na imensa maioria desses casos", afirma o radiologista do CRC, Flávio Caldas.
Sobre a mamografia digital
O exame é a forma mais eficaz de detectar precocemente alterações nas mamas capazes de gerar um câncer - principalmente as que, de tão pequenas, passam despercebidas no auto-exame. Um estudo realizado entre várias instituições com mais de 49 mil mulheres (DMIST - digital mammographic imaging screening trial), coordenado pelo Colégio Americano de Radiologia e publicado no New England Journal of Medicine em setembro de 2005 mostra que a mamografia digital é superior para o diagnóstico do câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos e com mamas densas por ter uma faixa de contraste mais ampla do que a da mamografia convencional.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, (INCA), a mamografia periódica permite uma redução de cerca de 30% na mortalidade por câncer de mama em mulheres entre 50 e 69 anos.
Com a chegada da mamografia digital, o exame passou por uma evolução, pois feixes de raios X atravessam a mama e atingem um detector que os transformam em sinais elétricos, transmitidos a um computador, onde, a partir daí, a imagem pode ser trabalhada em relação ao seu contraste, ampliação e outros recursos providos pela tecnologia digital.
Outro mérito desta técnica é agilidade, segundo o radiologista Flávio Caldas, com a mamografia digital, a imagem está disponível para análise em apenas quinze segundos e pode-se utilizar um monitor com alta definição, deixando o filme para uma segunda leitura e para ser enviada ao ginecologista, diminuindo assim a necessidade de reconvocar a pacientes para uma complementação do estudo. O resultado disso é um diagnóstico mais rápido e preciso.
Detecção precoce
Embora as chances de cura do câncer de mama sejam boas se for descoberto no seu início, chegando a atingir taxas altas de mais de 95%, mais da metade dos casos são diagnosticados em estágios muitos avançados. A melhor estratégia para aumentar a cura do câncer de mama e assim reduzir os casos de morte é a detecção precoce, por meio de exame clínico e mamografia anual, indicados a partir dos 40 anos. Mulheres com histórico familiar da doença devem fazer os exames a partir dos 35 anos. "Com esta medida, a taxa de mortalidade pode ser diminuída em até 30% e as cirurgias podem ser cada vez menores, afastando a necessidade da mulher ficar sem a totalidade da mama", afirma o radiologista do CRC.